(Homenagem ao Rio Cachoeira de Joinville)
Eram tão claras aquelas águas
onde eu, criança, nadava...
Via-se na cristalina corrente,
os peixinhos num balé aquático,
simplório e belo!
Era tão lindo aquele rio
que desenhava a cidade
como um espelho ondulado!
Ah! Cachoeira,
foste a sangue-frio assassinado!
E nem foste dignamente enterrado!
Hoje és, das fábricas, a fossa,
estás morto apodrecendo a cidade.
Te peço perdão Cachoeira
pela inconseqüência dos homens
que em nome do progresso
te fizeram depósito de lixo...
Os mesmos homens, que em criança,
em ti soltavam barquinho...
Esqueceram-se estes homens,
da tua beleza.
Eram tão claras tuas águas,
onde as crianças brincavam...
Hoje,
nas águas negras, podres e fétidas,
os peixes já não existem,
os barquinhos se perderam,
as crianças cresceram
e se tornaram homens frios
e sem lembranças...
Perdoe-os Cachoeira querido,
e descanse em paz!
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